segunda-feira, janeiro 12, 2009

Pretória e Voortrekkers - Parte I

Nos passeios mais simples descobrimos coisas fantásticas!
E foi exatamente isso que aconteceu em nosso terceiro dia em Johannesburg, tivemos talvez o melhor de todos os encontros. Fomos ao Monumento Voortrekkers, aprendemos muito sobre a história da África do Sul, as bases do apartheid (vidas separadas em Afrikaans) e muito sobre a relação atual entre brancos e negros.

Em menos de 40 minutos se faz a viagem de Johannesburg a cidade de Pretória, ou Tshwane. Vamos as explicações: A cidade de Pretória tem este nome devido a Andries Wilhelmus Jacobus Pretorius, primeiro presidente da "República Bôer", integrante dos Voortrekkers e consequentemente branco. Tshwane é uma palavra Xhosa, que significa "somos todos iguais".

Depois do fim do apartheid, e diga-se de passagem, depois da saída de Mandela da presidência, começou um processo de "desmonte" das características brancas em toda a África do Sul, isto é, mudança de nomes de ruas, "retirada" de esculturas em homenagem aos heróis colonizadores e qualquer outra coisa que remetesse a hegemonia branca, por isso a importância deste monumento.


Fomos para Pretória "Tshwane" para vermos os documentos da Thá e conhecer a cidade. Para nossa alegria todos os consulados Moçambicanos na África do Sul resolveram emendar o Natal e a Ano novo. Dessa forma, não foi possível tirar um novo visto; e olha que ligamos antes para confirmar que estariam abertos! Burocracias típicas de qualquer país...


A cidade é linda, tem um "ar" Inglês (eu acho), em meio a África. Ruas largas, bem sinalizadas, arquitetura clássica contrastando com prédios modernos, mas nada de Av. Paulista.


Primeira parada

Fomos ao Parlamento "Union Buildings", uma construção no topo de uma montanha, com vista panorâmica da cidade. Em forma de um C ou "ferradura" que tem na frente um belíssimo jardim. Aparecem, alinhadas, três estátuas. Dessas três visitamos duas:

1˚ Homenagem aos combatentes da 2˚Guerra Mundial


2˚ Homenagem a James Barry Munnik Hertzor (1924-1939) primeiro Ministro da África do Sul

Foto: Estátua de Barry Munnik Hertzor e ao fundo o Parlamento

De lá já podíamos ver: o Voortrekkers...

Voortrekkers

Grande? é um Monumento! Uma grande construção em Art Deco, erguido sobre uma montanha. Atenção; não confundir art deco alemã em pedra com a art deco francesa, do ferro e da natureza!


Ao contrário do que alguns podem pensar, Portugal esteve por aqui (África do Sul), mas nada fez além de pequenos comércios. Em 1652 os Holandeses enviaram colonos, para terem um porto de abastecimento para seus navios entre Europa e Oriente. Tempos depois este Porto (Cidade do Cabo/ CapeTow)que foi tomado Pelos Ingleses.


Estes colonos, descendentes de holandeses, franceses e alemães é que, descontentes, partiram para o leste a procura de novas terras, conhecido como "Big Trek" (grande migração) e tinham o objetivo de serem independentes de Capetown, por isso o nome "República Bôer". E foi na "Big Trek" que conheceram e entraram em conflito com o povo (ou reino?) Xhosa, os negros da África do Sul, que ao contrário dos Índios no Brasil, eram muito bem organizados em cidades e puderam combater ferozmente os invasores.

É deles, os Voortrekkers, a língua Afrikaans, uma mistura de Inglês, holandês e francês.
O lado externo do Monumento é cercado por um muro decorado por 64 "carros-de-bois" aqueles de filmes do velho oeste. O monumento possui uma "voz narrativa" da história da batalha de Blood River (Rio de Sangue) e foi esta a estrutura do acampamento; 64 carros-de-bois em forma circular que os Voortrekkers se protegiam dos ataques dos Xhosa.



Logo aos pés do monumento uma grande escultura de um mulher e um casal de filhos, representando os valores religiosos e a dura "doação" da mulher e filhos neste período.

Nos muros da escadaria e ao topo da porta de entrada, Búfalos, os animais mais temidos da África neste período, e que servem simbolicamente de "proteção" contra invasores.
Em cada um dos vértices do monumento, um lider: Piet Retief, Andries Pretorius, Hendrik Potgieter e um líder desconhecido são a "Guarda de Honra" e os alicerces do Monumento.

Subindo as escadas, nota-se a imponência do monumento, 40 metros de altura por 40 metros de diâmetro, em vários aspectos o monumento lembra o monumento alemão Völkerschlachtdenkmal (1890 a 1913) em Leipzig ,(mas esta é outra batalha...)


A entrada do monumento é pela Sala dos Heróis, um grande quadrado, Iluminado pelo sol que atravessa quatro grandes vitrais brancos de pedra. Ao centro um vão, onde se vê o Cenotáfio (do latim tardio cenotaphium, do grego κενοτάϕιον, composto de κενός " vazio" e ταϕός "tumba") nele o nome do líder Piet Retief e simbolicamente todos os Voortrekkers. No chão há um desenho em espiral. O movimento visual é da expansão contínua do povo e dos ideais dos primeiros Voortrekkers.


E o toque final, uma grande cúpula, com uma abertura para o lado externo do monumento, onde todos os anos, no dia 16 de Dezembro um grande número de descendentes se reúmem em peregrinação para ver um feixe de luz que se projeta desta abertura para o centro do cenotáfio, reforçando assim sua cultura, raça e descendência. É um momento para se lembrar e transmitir a seus filhos a história de seu povo e de suas batalhas.

Tradução da Placa de recepção, em frente ao Monumento.


O Monumento Voortrekker foi contruído entre 1937 e 1949, no estilo Art Deco. Os descendentes diretos dos líderes voortrekkers Piet Retief, Andries Pretorius e Hendrik Potgieter estão "registrados, esculpidos?" nos vértices do monumento em 16 de Dezembro de 1938. O Monumento foi Inaugurado pelo primeiro Ministro Dr. Df. Malan, e aproximadamente 250.000 pessoas em 16 de Dezembro de 1949 (data em que o feixe de luz aparece e aniversário da batalha do Blood River).

O Monumento é em comemoração aos pioneiros que participaram da migração entre 1835 e 1854, chamada "Great Trek - Grande Viagem". Durante este período aproximadamente 15.000 pioneiros viajaram para o norte, depois do "Orange River" (Rio Laranja em homenagem a Holanda, cor da holanda) e Drakensberg, indo para o interior da África do Sul. Eles Fundaram a República Boer (1852) e o Orange Free State (Estado Laranja Livre) em 1854 foram resultados diretos da "Great Trek".

Na próxima postagem vou escrever sobre o grande Painel de mármore, no Salão dos Heróis, dentro do Voortrekkers.

Segue um documentário sobre o monumento ( em Inglês com muitas imagens e informações. Vale a pena assistir para entender melhor)

São Tomé e Príncipe

Um excelente texto sobre a Ilha de São Tomé e Príncipe no blog Pé na África do jornalista Fábio Zanini: São Tomé: visite enquanto é tempo.

O texto é de Renate Krieger, da rede alemã "Deutsche Welle". Ela escreve sobre sua experiência de 3 dias nas ilhas, sobre a possível exploração de petróleo e a maldição do "Ouro Negro".

Vale a pena aqui explicar rapidamente sobre o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. São Tomé e Príncipe encontra-se na posição 128, com 0,643 pontos (média pontuação), Moçambique se encontra na posição 175, com apenas 0,366 pontos (baixa pontuação, 5˙ mais pobre do mundo) e Brasil, como referência é o número 70 da lista, com 0.870 (elevada pontuação).
Este Índice, desde 1993 é utilizado pelo programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em seu relatório anual, veja a lista completa aqui.

O índice usa como cálculo uma matemática simples, e que basicamente leva em consideração:
Expectativa de vida, taxa de alfabetização, taxa de escolarização e o PIB per capita (produto interno bruto do país por pessoa).

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Eleições em Gana, Guiné e Guiné Bissau

Apesar de minhas férias na África do Sul, os 52 países do continente não param, chamo a atenção para a passagem de governo em três países da África Ocidental: Gana, Guiné e Guiné Bissau.

Em Gana, ex colônia holandesa, país da África Ocidental, teve eleições presidenciais. John Evans Atta Mills, candidato da oposição foi eleito por 50,13% contra 49.87% de Akufo-Addo, que aceitou a derrota e promoveu uma eleição sem maiores transtornos. Há relatos de insegurança no dia da eleição em algumas localidades, mas nada que leve a uma suspeita de fraude, muito menos de um golpe militar.

Em Guiné, ex col
ônia Francesa, África Ocidental, desde a morte do presidente Lansana Conte, (74 anos, no governo a 24), vive-se uma instabilidade política, devido ao golpe militar, ocorrido na primeira semana de Janeiro, liderado por Mussa Dadis Camaram, que tem o "carisma" de uma parte da população.

Camaram, após um período de falta de informações, onde ninguém sabia quem estava no poder, está agora a organizar um governo de transição, e ontem (8 de janeiro) nomeou um civil como Primeiro Ministro. Muitos estão vendo como o cumprimento da promessa de um governo mais claro e voltado ao povo.

No caso de Guiné a comunidade internacional se opôs radicalmente ao golpe, França, declarou que era contra e que não aceitaria o novo governo. A União Africana suspendeu Guiné do Bloco Continental, o que significa sanções, e faz pressão sobre os golpistas de reestabelecerem a ordem no país e seguirem a constituição que determina novas eleições em 2 meses. Camaram afirma que o país terá eleições em dois anos.

Em Guiné Bissau, ex col
ônia portuguesa, África Ocidental, houve eleições e passagem do governo no dia 8 de Janeiro. Particularmente, eu não acompanhei esta eleição, mas sei que houve um atentado ao presidente, com tiros e morte de seguranças, golpistas presos no país vizinho (Senegal) e a posse do partido de oposição, que recebeu duras criticas por "não estar preparado para assumir o governo".

Quanto as minhas férias, já voltarei a postar. Mas não se esqueçam de votar, faltam 7 dias!

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Fim de ano 2˚ dia - Carnivore

Se estiver no Lion Park e estiver com uma "fome de Leão" vá ao Carnivore, lá você será muito bem atendido.
Um excelente buffet de carnes o espera, ao modelo dos rodízios brasileiros, mas com a opção no cardápio de carnes "exóticas" como:

avestruz - carne marrom clara, sem gordura, sabor suave, lembra um frango, foi servida em lascas e em posta temperadas.

antílopes - tem vários:

cudus - animal grande, carne vermelha, muito parecida com a de uma vaca, mas com um gosto mais suave

springbok - animal médio, gosto suave, dá para sentir a diferença entre os antilopes, este é mais rigido.

impala - animal pequeno, a melhor carne que eu comi, vermelha, muito leve, fibras moles que se desfazem, realmente macia, parece com um vitelo, mas não tem a história horrível do vitelo.

crocodilo - carne branca, sem gordura, é praticamente um peixe, grande, com espinhos grandes que podem ser tirados facilmente, foi servido em postas e lembra muito o peixe cação. (A Thá devorando o crocodilo!)


porco do mato - todo mundo elogiou mas não comi

zebra - Não comi (não tinha no dia)

girafa - comi! comi! tenho certeza que elas não vão sumir, pois a carne não é boa. Experimentei de várias maneiras, bem queimada, ao ponto e vermelha, é uma carne com gosto forte, mas que some na boca, o problema é a fibra, muito resistente e dura, difícil de mastigar.

elefante - Não comi (não tinha no dia)

Rinoceronte
- Não comi (não tinha no dia)


Além da carne bovina, peixes, batatas fritas e muitos temperos. Tudo feito na brasa com muito carinho para os melhores clientes!

Esta postagem é praticamente uma grande propaganda, pois de fato ficamos no restaurante toda a nossa tarde, nós e pessoas do mundo todo, chineses, coreanos, americanos, franceses, brasileiros, realmente naquele restaurante havia representantes de muitos países. O restaurante está dentro de um hotel, com vista para uma reserva, é possível ver alguns animais do restaurante.

Vale a pena ir, mas cuidado, meu estômago não estava acostumado a tantas "guloseimas" e claro que passei mal, acho que foi a girafa que comi...

Gostou da comilança? que tal votar no blog, Best Blog Brasil, últimos dias para seu voto fazer a difarença!

terça-feira, janeiro 06, 2009

Fim de ano - 2˚ dia - parte 1

Resumindo: chegamos em JB, fomos recebidos pelos amigos, encontramos nosso "B and B" e constatei que minhas aulas de inglês com o professor zimbabweano estão dando certo. E sim, já experimentei um antílope no almoço.

Dia 28, acordamos bem cedo, a ideia de nossos anfitriões era fazer um tour, eles já tinham todos nossos passos planejados, muita sorte não? Fomos tomar um bom café da manhã, vale apena lembrar que o café da manhã por aqui são de dois tipos: continental - café, leite, frutas, cereais e torradas ou cooked - Bacon, ovos fritos, batata- frita, nuggets e ketchup... optamos pelo continental.


De lá partimos para o
Lion Park, sim estavamos de férias, fazendo passeios de turistas e nada melhor que ir ver leões africanos em um parque de leões. Diferente do Kruger Park, este é particular, todos os animais foram comprados, e por isso não estão completamente soltos em uma região.

Eles vivem em grupos pequenos, dentro de uma grande reserva e todos separados por cercas eletrificadas, sendo alimentados pelo homem. Isso viabiliza vê-los de pertinho, ao contrário do Kruger, onde é preciso ter "sorte" para encontrar os animais. No Lion Park a maioria das vezes é possível ver e chegar perto deles.


Logo na entrada passamos por um grande terreno repleto de vários tipos de antílopes. Mesmo dentro desta estrutura de parque os animais são muito grandes, e com cores muito vivas, bem diferente dos zoológicos.

Mas a atracão principal eram os leões. E lá estavam eles, separados por uma cerca. Avistamos os primeiros e para nossa surpresa eram leões brancos. Depois estudando rápidamente na Wikipédia descobrimos que eles são africanos e apenas possuem uma mutação genética, um tipo de "albinismo leonino" , mas nem por isso eram menos interessantes, pelo contrário.

Era um grupo de dois machos e várias fêmeas, ao total deveriam ser em torno de oito. Neste parque, assim como nos outros, podemos entrar com o carro e se dermos sorte andar muito perto deles, posso dizer que demos muita muita sorte, pois os leões estavam agitados e ficaram a cercar o carro. Em certos momentos a Thá ficou realmente com medo de ser atacada, pois embora estivessemos em um Jeep 4x4 gigante, os leões se mostravam muito mais fortes e velozes que nós.

Divirtam-se com as fotos!
Esta última foto é muito importante, note que quem cuida de abrir e fechar os portões é uma sul-africana, sem nenhum equipamento de segurança, ela está a pé, abre e fecha os portões e não tem nada entre ela e os leões, a não ser o portão.

Apesar de ser um parque com certeza muito rico, seus funcionários parecem não ter muitos direitos, até onde os "safaris" ajudam ou não os africanos?

Em seguida, saímos dos leões brancos e entramos na área das hienas, que estavam a brincar e a correr com um pedaço de madeira.

Mas eram muito deselegantes...

Nossa próxima visita iria mostrar toda a elegância de um animal africano, nada como ver as chitas bem de perto, no Kruger tinhamos visto uma muito grande em cima de uma árvore, ela estava a comer um alce que havia carregado para cima da árvore, mas tudo era tão longe que nem fotos conseguimos tirar. Aqui conseguimos chegar bem perto, eram quatro, uma estava separada, não sabemos ao certo, mas tudo indica que se tratava de uma femea no cio, será?
E finalmente fomos ver os leões, aqueles africanos grandes e de cara fechada! Sem comentários....

Mas o melhor ficou para o final, depois de tudo isso o parque reserva uma área onde não o carro, mas você entra a pé, ficando junto com filhotes de leões, nos divertimos muito com estes gatinhos que rasgaram minha calça jeans. Foram os 20 Rands mais bem gastos da viagem!

Este dia ainda teve muitas surpresas, mas fica para amanhã. Agora vou na despedida do B. Ele está partindo amanhã de Maputo. Como disse anteriormente, temos muitas festas, de chegadas e partidas, temos que nos acostumar a isso.

ps. Parte das fotos foram tiradas pelo Al.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Fim de ano 1˚ dia

Depois de um longo tempo na África do Sul, cá estamos de volta!
Muito a contar e muito a refletir sobre nosso vizinho africano.

Vamos começar a postar somente agora pois não tivemos como fazer isso de lá. Desde já gostaríamos de agradecer a um casal amigo que foram nossos guias turísticos nesta viagem; Al. e An, muito obrigado por todos os dias de nosso "Happy New Year"!

dia 27 - 1˚dia de viagem

Partimos de Maputo, em direção a Johannesburg dia 27 de Dezembro. O ponto onde pegamos o "chibombo" foi em frente ao Correio, aquele mesmo das cartas perdidas! A viagem durou cerca de 07 horas, com apenas uma "paragem" onde mais algumas pessoas entraram e tivemos tempo para um almoço rápido de 10 minutos.

Tínhamos algumas metas para essa semana de férias:

1 - comprar algumas coisas que em Maputo são muito caras
2 - adquirir algum artesanato sul-africano
3 - visitar 3 cidades (Johannesburg, Pretoria e Durban)
4 - resolver o problema de visto da Thá
5 - saber mais sobre a história da África do Sul

O ônibus não é assim uma "Viação Itapemerim", mas dá para ir, tem ar condicionado e tudo mais. Partimos às 7hs, seguimos pela N40, uma estrada que vai de Maputo, passa pela fronteira em Ressano Garcia, segue com o nome de N4 e nas últimas duas horas de viagem torna-se N12, sentido Johanesburg. Passamos ao lado de um dos portões do Kruger Park, o maior safari da África do Sul, onde é possível avistar da estrada Kudus, Impalas e outros Antílopes.

Essa foi a nossa rota:




Na fronteira nada de novo, um pouco de bagunça, muitas pessoas indo e vindo. O bom é que desta vez, tivemos mais tempo para as fotos. Como era final de ano, a fila era enorme. Sul-Africanos com seus carros de luxo, iates e traillers entrando em Moçambique, rumo as praias paradisíacas do Norte e do outro lado, Moçambicanos se aventurando na terra dos Afrikkans em busca de conforto, hotéis, teatros, restaurantes e bom atendimento.

A fronteira de Ressano Garcia é uma das maiores entre Moçambique e África do Sul. É por ela que passamos para fazer nossas compras em Nelspruit e para passear no Kruger Park.

Por esta placa dá para ver que a preocupação com a Cólera e com outras doenças não é muito levada a sério, vimos apenas esta em inglês, nada em português e nem sobre malária, ou outras informações.

Desta vez o trajeto que fizemos foi diferente. O ônibus nos deixou na fronteira de Moçambique e após carimbarmos nosso passaporte, atravessamos a pé para o outro lado, já na África do Sul.

Para aqueles que resolvem viajar em um sistema mais econômico, existem os "chapas" um meio de transporte não legalizado. Tratam-se de vans, muito velhas, que levam as pessoas para um ponto específico, isto é, poderíamos pegar um chapa para a fronteira e de lá um outro para JB. Não há nenhum corforto, nem segurança, é comum as histórias de chapas que quebram ou largam os passageiros no meio da estrada.

Foto da fronteira, lado sul-africano: vendedores de "comidas" e "chapas" ao fundo.

Chegando em Johannesburg (JB)

África do Sul, ao contrário de Moçambique, cultiva boa parte de seu território, durante a viagem é possível ver as plantações de cana de açúcar, laranja, todos com sistema de irrigação e muito bem cuidados. Já na estrada nota-se a diferença entre os dois países. Em Moçambique o que mais se vê são: caatinga, casas bem pequenas e "machambas" - plantações de subsistência.

Outra coisa que chama a atenção é o número de mineradoras que existe por toda a África do Sul; enormes. Montanhas de minérios, ouro, platina e outros metais. Ao redor, casas simples, feitas de telhas de zinco, onde os pobres trabalhadores vivem. Foram nestes locais que a xenofobia do segund semestre do ano passado eclodiu de maneira mais agressiva, locais afastados das cidades grandes sem infra-estrutura. Na foto ao lado uma montanha de minério de ferro em meio a paisagem.

Depois de seis horas de viagem, a estrada começou a ficar mais "urbana", com carros, e que carros, nada de carros populares, aqui a coisa é séria!

A cidade surge no
horizonte e com ela prédios, universidades, shopping centers.

Engraçado é perceber como as coisas estão invertidas para nós. Este ano buscamos passar as férias em uma cidade grande e fugir da calmaria e tranquilidadade de onde trabalhamos e vivemos. Para um paulista é muito estranho pensar assim!

Chegamos por volta das três horas da tarde em JB, nosso amigos já estavam a nossa espera e como estávamos morrendo de fome (por culpa da Thá que não deixou eu almoçar na fronteira!) fomos direto a um restaurante, o primeiro ponto turístico de JB; a estátua de Mandela ao centro de um grande complexo de lojas, restaurantes e hotel cinco estrelas.

O almoço foi muito bom: comi meu primeiro antílope com molho de cogumelos acompanhado de um excelente vinho sul-africano.

A noite fomos para o Monte Cassino, aqui o conceito de cassino é mais próximo de um centro de compras, um Shopping com inúmeras lojas, teatro. Estava em cartaz "A Bela e a Fera" da Disney. A decoração temática, lembra a Itália, com "casas, torres, fontes", muito parecido com o que eu já havia visto "em fotos". As pessoas que visitam e frequentam esse enorme espaço são sul-africanos, turistas, indianos e muçulamanos. Aqui as "mulheres ninjas", as mulçulamanas com burcas que cobrem todo o corpo e rosto, passeiam livremente, sem problemas e preconceitos.

Ao saírmos do cassino três coisas chamaram a nossa atenção:

1 - Na entrada e saída além dos costumeiros guichês que servem para pagar o estacionamento; eles usam "pregos no chão" que furam os pneus dos carros, caso o condutor não tiver o pago o estacionamento ou esteja fugindo.

2- Ao sair do cassino; o segurança pára o carro e pede ao motorista para ver as chaves. Dessa maneira ele checa se não foi feito uma ligação direta e o carro não está sendo roubado.

3 - Nas ruas é engraçado ver a vizinhança. Praticamente um muro de frente para outro muro, sem janelas ou portas. A cidade é constituída de condomínios fechados, não existem crianças nas ruas, pessoas caminhando, em alguns locais nem calçada existe, apenas muros.

Depois de nosso excelente jantar, diga-se de passagem - comemos deliciosos sushis e sashimis, fomos para o nosso B and B "Bed and Breakfast". Casas grandes, que são adaptadas para receber visitas, ou para serem alugadas a turistas. Praticamente uma Kitnet. Cada apartamento tem quarto, cozinha e banheiro totalmente equipado (torradeira, geladeira, fogão, panelas...) além de uma área de convivência, piscina, churrasqueira e estacionamento.

Após esse longo dia fomos descansar. Sem saber o que nos reservava no dia seguinte...

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Feliz Ano Novo! Happy New Year!

Postagem rápida.

Os dias aqui estão sendo cheios de novidades, meu inglês está super afiado "inglês africano" .
Durban é uma cidade fantástica! O clima de ano novo foi igual ao do natal... mas nada como ter brazucas a sua volta! Fizemos uma festa entre nós! Está valendo muito estes dias!


Feliz 2009!