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segunda-feira, julho 27, 2009

Debate em Moçambique

E não é que os debates políticos que minha mãe obrigava a assistir me fizeram melhor? Foi nesta semana (21 de julho) que vi um músico o famoso moçambicano, Mc Roger soltar "frases feitas" e se arrepender amargamente pelo que fez.

Em um programa televisivo da STV, Debate da Nação, com o tema juventude, No palco representantes do governo, na plateia, representantes de outros setores, jovens e entre eles MC Roger, um dos principais músicos moçambicanos, embaixador da UNICEF e garoto propaganda de vários produtos comerciais, autor do vídeo Patrão é Patrão.

O debate decorria como de costume, até o momento em que MC Roger pede a palavra, e solta frases que os brasileiros já ouviram de alguns velhos e podres políticos políticos brasileiros "se não gosta do País em que vive mude-se para a argentina" aqui no caso Guiné Bissau.

Continuou com o antigo (para nós) discurso de que os jovens não sabem o que dizem, tem "
complexo de inferioridade", e não parando por ai, assim como nosso bom e velho Malufismo, a obra de uma ponte terá o nome do atual Presidente, correto ou não isso é outra questão, o que aconteceu foi: a defesa do MC. foi de que o atual presidente foi quem assinou o tratado de paz, logo em seguida foi corrigido pelos convidados do palco que o lembraram que o documento de paz leva a assinatura do antigo presidente moçambicano.

E resposta vei como um raio

Uma juventude com complexo de inferioridade? Não foi isos que vi, mas sim uma juventude muito rápida em comprar a música do MC Roger, chama "Patrão é Patrão" que colocou Roger sobre os bons olhos do governo de moçambique, com outro artista: Rapper Azagaia, que com sua música "Poder para o Povo" que foi parar na Procuradoria Geral da República, atualmente sua música não é veiculada na mídia e sua imagem pouco aparece, embora sua música seja conhecida por todos os moçambicanos.


Veja aqui o debate


Vale a pena saber mais sobre o Rapper Azagaia, tem um bom texto sobre ele no Global Voice, é bem provável que os brasileiros iram conhecer melhor este reper em breve, pois se não estiver enganado o Gabriel Pensador virá para moçambique em breve e possivelmente irá gravar uma música com o Azagaia, é esperar para ver!


Letra: O Povo no Poder

Já não caímos na velha história
Saímos p`ra combater a escória
Ladrões
Corruptos
Gritem comigo p´ra essa gente ir embora
Gritem comigo pois o povo já não chora

Isto é Maputo, ninguém sabe bem como
O povo que ontem dormia hoje...perdeu o sono
Tudo por causa desse vosso salário mísero
O povo sai de casa e atira pra o primeiro vidro
Sobe o preço do transporte sobe o,
Preço do pão
Deixam o meu povo sem Norte deixam o,
Povo sem chão
Revolução verde, só vemos na nossa refeição
Agora pedem o que?...Ponderação
Pondera tu, antes de fazeres a merda
De subires o custo de vida
E manteres baixa a nossa renda
Esse governo não se emenda mesmo...NÃo
Vai haver uma tragédia mesmo...SIM
Mesmo...
Que venham com gás lacrimogéneo
A greve tá cheia de oxigénio
Não param o nosso desempenho
Eu vou lutar, não me abstenho

Malhazine-PRESENTE
Magoanine-PRESENTE
Urbanização-PRESENTE
Jardim

Coro: POVO NO PODER (16X)

Senhor presidente, largaste o luxo do teu palácio
Finalmente te apercebeste que a vida aqui não está fácil
E só agora é que reunes esse conselho de ministros
O povo nem dormiu, já tamos há muito reunidos
Barricamos as estradas
Paralisamos esses chapas
Aqui ninguém passa
Até as lojas estão fechadas
Se a policia é violenta
Respondemos com violência (O quê?)
Muda a causa pra mudares a consequência
Mais de metade do meu salário vai pra impostos e transporte
Se o meu filho adoece fica entregue a sua sorte
Enquanto isso, esse teu filho está saudável e forte
Vive na fartura leva uma vida de lord
Viver aqui é um luxo, o custo é elevadíssimo
Trabalhamos como escravos e entregamos tudo no dízimo
Baixa a tarifa do transporte ou sobe o salário mínimo
Xeeeeeeeee...isso é o que deves fazer no mínimo
À não ser que queiras fogo nas bombas de gasolina
Assaltos a padarias, ministérios, imagina
Destruir os vossos bancos comerciais, a vossa mina
Governação irracional parece que contamina
Que tenham aprendido a lição
E não esperem pela próxima
Aviso-vos meus senhores que terão pela próxima

O Norte-PRESENTE
O Centro-PRESENTE
O Sul-PRESENTE
MOÇAMBIQUE

quarta-feira, julho 15, 2009

Obama em Gana

E foi neste fim de semana (dia 11 e 12) a visita de Obama a Gana, visita breve mas de muita importância política.


Muitos pontos podem ser tirdos desta visita, vou tentar aqui alguns que me chamaram a atenção:

Primeiro a conservação do sistema de comunicação utilizado por Obama em sua campanha de eleição, onde se utilizou de inúmeros recursos tecnlógicos de comunicação. A casa branca, manteve bogs, twitters e até mesmo uma tv no Youtube para se comunicar com o resto do mundo.

Sim a visita a Gana, assim como a Itália e a Rússia (esta foi a agenda do Presidente) foi seguida de perto por quem quisese nas principais línguas e nos meios que quisessem: o discurso de Obama em Gana pode ser ouvido em Inglês (original) e lido no blog da casa branca em árabe, francês, Inglês, português e pasmem: swarili, idioma mais falado no continente africano.


Também foi também aberto na mesma época, um canal de perguntas ao presidente via twitter e sms, perguntas que serial selecionadas e posteriormente respondidas pelo presidente, além dos demasi modelos de comunicaçnao que também estavam a disposição.
Segue o link para tudo isso:

No YouTube: http://www.youtube.com/whitehouse
No Flick: http://www.flickr.com/photos/whitehouse
No Twitter: http://twitter.com/whitehouse
No Blog o discurso traduzido: http://www.whitehouse.gov/blog/
está no blog vários vídeos com as respostas para as perguntas enviadas por sms, e-mails e twitter

No myspace: http://www.myspace.com/whitehouse

SMS: http://www.whitehouse.gov/mediaresources/Ghana-SMSMap/





Por que Russia, Itáia e Gana?


"Dirijo-me a vós no fim de uma longa viagem. Comecei na Rússia, numa Cimeira entre duas grandes potências mundiais. Viajei para Itália, para um encontro entre as economias mais fortes do mundo. E vim aqui ao Gana por uma simples razão: o século XXI será influenciado não só pelo acontecimentos em Roma, Moscovo ou em Washington, mas também pelo que acontece em Acra"

É um ciclo político completo, os Estados Unidos não estão deixando "nenhuma ponta sem nó" é óbivio que o encontro na Rússia e Ítália exigiam a presença do presidnete americano, e para mostrar que apesar de sua ausencia na Reunião dos Paises Africanos (não sei se ele foi convidado, acho que não), ocorrida na mesma época, Obama se mostra atento as decisões e deixa claro seu apoio aos países africanos que mostram uma postura séria em relação a sua política nacional, ao mesmo tempo critica e se opõe a governos que não cumprem com o estado de diretio.

Em seu discurso deixou claro a oposição a todos os países que de alguma forma sofreram golpes, ou aqueles onde seus governantes não deixam o poder.

Foi delicado em relação ao TribunalInternacional, isso por que os Estados Unidos não reconhecem o tribunal, mas de forma discreta apoia suas decisões.

Agora é ver o que acontece, não somente em Gana, mas também com a reunião da Itália e Russia.

Segue aqui uma capulana feitas em comemoração a vinda de Barack Obama, vou ver se consigo encontrar alguma para minha coleção.

segunda-feira, março 09, 2009

Sudão: mais uma história de genocídio

Por que será que só agora que estou no continente africano é que começo a saber sobre o que ocorre por aqui? Paguei tanto para ir aos cinemas, assistir a filmes de ficção onde o bem e o mal lutam com "feixes de luz" e me impressionar com cenas de congressos formados por representantes de inúmeros planetas e galáxias distantes, sem saber que isso acontecia, muito mais perto e de forma muito mais emocionante. Um desabafo de quem adora Guerra nas Estrelas!

Dia 4 de março o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu a ordem de prisão contra o presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al-Bashir (foto ao lado), no governo desde 1989, baseado no processo aberto por um argentino, Luis Moreno Ocampo. Após aceita a denúncia o presidente teve sua prisão decretada, e será preso, se for a algum país que reconheça o tribunal internacional. Atualmente são 108 países, o Sudão não reconhece o tribunal assim como Moçambique, Zimbábwe, Angola, entre outros.

O TPI foi formado,básicamente, para julgar crimes ocorridos em locais onde a justiça não tem estrutura ou condições de fazer o julgamento, no caso do Sudão, a justiça é controlado por Omar Hassan Ahmad al-Bashir, logo ele nunca seria julgado.

No Sudão, desde 1989, quando por um gole militar
Omar Hassan Ahmad al-Bashir, (Hosh Bannaga,1 de Janeiro de 1944) se tornou presidente não há partidos políticos nem parlamento, a imprensa é censurada e Omar Hassan Ahmad al-Bashir, concentra os títulos de diretor do Conselho Revolucionário para a Salvação Nacional; chefe de Estado; primeiro-ministro; chefe das forças armadas e ministro da defesa, agora ele tem um novo título: o de primeiro chefe de Estado do mundo a ter uma ordem de prisão pelo TPI.

Sobre ele pesa a denuncia de genocídio, estupro, crimes de guerra, extermínio, entre outros de uma grande lista, além da estimativa que 300 mil pessoas mortas e outras 3 milhões refugiadas, morando em campos de refugiados pela áfrica central.

A região do Sudão já foi palco de grandes conflitos: Internos e externos, atualmente encontra-se em guerra civil, o conflito se concentra principalmente na região de região de Darfur, oeste do Sudão, o conflito não é de base religiosa, pois praticamente todos são muçulmanos: a base é política, lideres regionais contra um governo ditatorial,que com o passar do tempo ganhou contornos raciais, uma vez que a maioria dos moradores da região eram de origem tribais africanas e o governo de Omar Hassan Ahmad al-Bashir é de origem muçulmana do período da expansão muçulmana. O que ocorre em Darfur é um genocídio e um genocídio dá trabalho, por isso o governo terceirizou este serviço aos janjawid uma guerrilha armada, conhecida por recrutar crianças e por cenas de decepamentos de mãos e perna, além dos estupros e outras cenas.

E Agora como fica?

Depois de tudo isso como ficou? Bom, no Sudão o presidente organizou um discurso e uma carreata em carro aberto, onde o presidente "ridicularizou" o processo do TPI e em represália expulsou as as ONG's (13 ao total) que trabalhavam no país, fragilizando ainda mais um povo carente, perseguido e sem nenhum tipo de infra estrutura e neste domingo ameaçou expulsar os diplomatas, e até onde sei nada foi feito para impedir estas últimas ações.

Havia um acordo com a ONU onde, as ONG's do país teriam segurança e continuaria atuando depois da decisão do TPI, chamado de tratado de Cartum, o que não está acontecendo, a ONU está em alerta na região e mantém um plano e evacuação "como em todos os países africanos" mas nada pode fazer em relação ao decreto que expulsa as Ong's.




O TPI não tem poder militar, os Estados Unidos da América já mantém um embargo desde 1997, mas outros países como França, Kuwait, Índia, Malásia, China (e acabo de saber que também o Brasil, se esguia sobre seu posicionamento em relação ao caso - veja em pé na áfrica) mantém projetos e empresas no país, mantendo assim um sistema econômico que indiretamente trabalha com este governo. Da União Africana (UA) nada sei, ainda não vi nenhum comentário a respeito.

Na "blogosfera" muito se falando sobre os direitos legais ou não do Tribunal Penal Internacional, eu realmente acredito e defendo o tribunal, espero que um dia todos os países do mundo possam respeitar este tribunal. Quanto a discussões sobre se esta ordem de prisão vai atrasar o processo de paz: o que atrasa um processo de paz são aqueles que desrespeitam as leis e o próprio homem, não podemos mais aceitar genocídios, ditaduras e coisas similares, um tribunal onde todos os países e culturas sejam representadas tem o poder de julgar e coibir estes atos.

Com a palavra Barack Obama.


Um bom site para saber mais:
http://pt.globalvoicesonline.org/

Lista dos países que reconhecem o Tribunal Penal Internacional



Na Europa:
Albânia, Andorra, Áustria, Bélgica, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Croácia, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha,, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Geórgia, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia, Malta, Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, Romênia, San Marino, Sérvia, Suécia, Suíça, Reino Unido

Na África:
África do Sul, Benim, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Chade, Comores, Congo, Djibouti, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Lesoto, Libéria, Malawi, Mali, Maurícia, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Senegal, Serra Leoa, Tanzânia, Uganda, Zâmbia.

Nas Américas:
Antígua e Barbuda, Argentina, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Dominica, Equador, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trindade e Tobago, Uruguai, Venezuela

Na Ásia:
Afeganistão, Camboja, Coréia do Sul, Japão, Jordânia, Mongólia, Tadjiquistão

Na Oceania:
Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Ilhas Marshall, Nauru, Nova Zelândia, Samoa, Timor-Leste

Enquanto casos com estes continuam ocorrendo, discutir sobre uma áfrica politicamente viável e um "Estados Unidos da África" que era tema de quase todos os jornais semana passada é algo muito distante, é preciso ter maior equilíbrio entre os países do continente e que todos os governantes possam ser julgados, sem isso o desenvolvimento de alguns países sempre será ofuscado pela desgraça de seus vizinhos.

foto:
http://picasaweb.google.com/blaasenborg

Excelente material de ONG
http://www.24hoursfordarfur.org/
http://www.helpdarfurnow.org/

Sites:
http://www.24hoursfordarfur.org/contribute/?subpage=donate-pane
http://penaafrica.folha.blog.uol.com.br/
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1033888-5602,00- PRESIDENTE+DO+SUDAO+AMEACA+EXPULSAR+DIPLOMATAS.html

quinta-feira, janeiro 22, 2009

OBAMA! OBAMA!

Foi com muita festa que acompanhamos a posse de Barack Hussein Obama, e com ele o sonho de muitos por um mundo melhor.

Aqui ouvimos um pouco de cada um, um pouco de cada país sobre o futuro. Os americanos esperam pela reconstrução e pelo fim da imagem de um país de política autoritária, nós os brasileiros estamos felizes por estarmos finalmente bem. Que tal um Lula "amiguinho" de Obama... ? Agora, os africanos, esses eu acho que estes esperando muito.
Em todas as TVs, os comentários são a respeito de como o governo americano pode inserir a África no mercado competitivo, ou ainda dizem que a África terá vez. Não é a tôa, afinal os avós de Obama são do Kenia.
Eu sinceramente, não sou tão otimista assim, mas também não cabe a mim colocar aqui todo o meu pessimismo.

Apenas desejo o que muitos desejam: um governo de sabedoria e paz para todos.

Seguem algumas fotos de pessoas assistindo a posse de Obama!, se tiver alguma envie por e-mail, que tal?

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Boer x Zuluz

Continuando o passeio dentro do Voortrekkers, talvez esta parte da história seja mais sobre o povo Zulu...
9 - Retief Informa as negociações com Dinganê


Este painel retrata o cotidiano do grupo Voortrekker já com o estado Boer formado: mulheres costurando, homens preparando o couro, a caça e interessante observar a presença de um negro trabalhando com eles (esquerda acima). Ao centro Um cavaleiro trazendo a boa noticia que Diganê (Rei Zulu) aceita se encotrar para negociar, terras em troca de gado. O grupo, Tlokwa de Sekonyela havia roubado o gado dos Zulus.

10 - Debora Retief Pinta o nome de seu pai em uma rocha


Outro local de encontro dos Voortrekkers é a rocha com o nome P. Pretief 12 de Novembro de 1837, aqui temos novamente o cotidiano pacato dos Voortrekkers, crianças brincando de boneca e de carro de boi, brinquedo feito com ossos de boi.

11 - Viagem para o Natal


Os Voortrekkers iniciam a travessia das montanhas Drakensberg em direção a Natal, uma viagem longa e difícil, cerca de 1.000 carros de bois começaram a travessia. A viagem foi muito dura, a descida das montanhas eram muito íngremes e com pedras, para esta travessia se retiravam as rodas traseiras dos carros e substituíam por troncos, que serviam de "breques" (veja detalhe)


12 - Dia da assinatura do acordo com os Zulus (4 de Fevereiro de 1838)


Lembra-se do painel 9? Então, no meio da viagem para Natal os Voortrekkers passam pelas terras dos Zulus a maior civilização da "África do Sul" para assinar um acordo onde trocariam gado por terras (14 de Fevereiro de 1838).

A esquerda o povo Zulu, todos ajoelhados em respeito a seu líder Dingane,"o Grande Elefante" sentado a mesa de negociação, a seu lado um Zulu fica com as mãos para recolher os "cuspe" é isso mesmo acredita? Segundo o que estudei ele tinha medo de ser enfeitiçado, ˜ão sei se isso era real ou apenas uma maneira de "satirizar o líder" mas em fim... A Direita o grupo dos Voortrekkers e Retief sentado a mesa de negociações.

Detalhes interessantes: Ao fundo se vê as construções típicas africanas, casas de palha circulares; a diferença entre os bancos de Dingane e Retief; a riqueza de detalhes dos dois líderes e o dedo indicando para o local de assinatura e o rei com uma pena assinando no local, será que ele sabia assinar um documento?

13 - O Golpe (6 de Fevereiro de 1838)


Após a assinatura Digane convida para que os Voortrekkers venham a Umgungundlovo para participarem de uma celebração. E no meio da celebração o povo Zulu ataca e mata todos os Voortrekkers.
70 homens e 30 negros que trabalhavam com eles foram mortos a pedras e tacapes em um local chamado até hoje de Vale da Morte, Retief foi o último a ser morto, antes teve que assistir a morte de todos, inclusive de deu filho.
Até então os homens liderados por Retief fizeram acordos e circularam as terras dos Xhosas, e Zulus, pois sabiam das guerras sangrentas por terras que marcavam estes povos, o que eles não esperavam era que os Zulus, muito parecidos com a cultura "espartana" mantinham uma cultura de guerreiros e de expansão territorial, não havendo negociação para isso, o chamado Mfeca­ne - (ver no final deste post!)

Nos detalhes: Ao fundo se vê desenho da "cidade" de Umgungundlovo em formas circulares e o único de pé, a assistir ao massacre é Retief.

14 - Ataque dos Zulus ao Laager em Bloukans (17 de Fevereiro de 1838)

Em 11 dias o exército Zulu, com cerca de 10.000 guerreiros parte de Umgungundlovo e chega a Bloukrans, onde encontra e mata cerca de 500 Voortrekkers que não esperavam pelo ataque. Deste ataque algumas sobreviventes viraram Heroínas e puderam contar suas histórias de terror: Johanna van der Merwe, foi apunhalada 21 vezes e Catharina Prinsloo, 23 vezes.

15 - O Aviso

Novamente a mulher é o foco do painel, Nete Heila e Fea Robertse e outras fogem do ataque e conseguem chegar a outro grupo Vorotreekker, liderado por Piet Uys, avisando do ataque.

16 - O Contra ataque (18 de Abril de 1838)


Piet Uys organiza um contra ataque aos Zulus, e parte fortemente armado "com carabinas", mas são emboscados e derrotados pelos guerreiros Zulus com seus grandes escudos e curtas zagaias, levavam a luta para o "corpo a corpo". O Grupo restante se reorganizou e passou a organizar a retirada dos restantes, saindo das terras Zulus. Nesta altura um novo problema abalava os Voortrekkers, seus lideres haviam caído em batalha e não havia uma pessoa forte para liderar o confronto.

17 - Herói de Guerra

Este pequeno painel, é em homenagem a Marthinus Oosthuizen, que bravamente, socorreu um laager cercado.
O laarge de Van Rensburg estava cercado e sem munição, a beira de ser destruído, quando Marthinus atravessa com seu cavalo os guerreiros Zulus levando polvora e balas para dentro do laarge, salvando da derrota certa.


Mfeca­ne foi o nome deste período onde a expansão Zulu levou a grandes migrações, fugas e consolidações de novos reinos
Alguns mas consequências desta expansão:

Moshoeshoe I do Lesotho conseguiu unificar os clãs da região montanhosa do actual território de KwaZulu-Natal, (ver mapa) construindo fortes nas montanhas e mantendo um complexo processo diplomático que permitiu a manutenção da sua autonomia face aos europeus e aos povos vizinhos, repelindo múltiplas agressões. Este processo levou à formação do atual reino do Lesotho.

Zwangendaba, um dos comandantes do exército Ndwandwe, retirou para norte com Soshangane. Continuando para além do território atual de Moçambique, fundou um Estado nguni na região entre o lago Malawi e o lago Tanganyika.

Sobhuza, um dos líderes Ngwane, por volta de 1820 conduziu o seu povo para as regiões montanhosas de maior altitude como forma de se proteger dos ataques dos Zulu. Após esta migração, os Ngwane passaram a ser conhecidos por Swazi, e Sobhuza fundou o reino Swazi naquilo que é hoje a região central da Suazilândia.

O general zulu Mzilikazi entrou em ruptura com Shaka e fundou o reino Ndebele no território que é hoje o Estado Livre de Orange e partes do Transvaal. Quando os bóeres do Grande Trek entraram naquela região em 1837, derrotas em diversas escaramuças convenceram Mzilikazi a mudar-se para o território a norte do rio Limpopo e a estabelecer um Estado Ndebele na região hoje conhecida por Matabeleland, no sul do atual Zimbabwe.

sites:
http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2008/11/chaka-os-zulus-e-os-beres.html

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Pretória e Voortrekkers - Parte I

Nos passeios mais simples descobrimos coisas fantásticas!
E foi exatamente isso que aconteceu em nosso terceiro dia em Johannesburg, tivemos talvez o melhor de todos os encontros. Fomos ao Monumento Voortrekkers, aprendemos muito sobre a história da África do Sul, as bases do apartheid (vidas separadas em Afrikaans) e muito sobre a relação atual entre brancos e negros.

Em menos de 40 minutos se faz a viagem de Johannesburg a cidade de Pretória, ou Tshwane. Vamos as explicações: A cidade de Pretória tem este nome devido a Andries Wilhelmus Jacobus Pretorius, primeiro presidente da "República Bôer", integrante dos Voortrekkers e consequentemente branco. Tshwane é uma palavra Xhosa, que significa "somos todos iguais".

Depois do fim do apartheid, e diga-se de passagem, depois da saída de Mandela da presidência, começou um processo de "desmonte" das características brancas em toda a África do Sul, isto é, mudança de nomes de ruas, "retirada" de esculturas em homenagem aos heróis colonizadores e qualquer outra coisa que remetesse a hegemonia branca, por isso a importância deste monumento.


Fomos para Pretória "Tshwane" para vermos os documentos da Thá e conhecer a cidade. Para nossa alegria todos os consulados Moçambicanos na África do Sul resolveram emendar o Natal e a Ano novo. Dessa forma, não foi possível tirar um novo visto; e olha que ligamos antes para confirmar que estariam abertos! Burocracias típicas de qualquer país...


A cidade é linda, tem um "ar" Inglês (eu acho), em meio a África. Ruas largas, bem sinalizadas, arquitetura clássica contrastando com prédios modernos, mas nada de Av. Paulista.


Primeira parada

Fomos ao Parlamento "Union Buildings", uma construção no topo de uma montanha, com vista panorâmica da cidade. Em forma de um C ou "ferradura" que tem na frente um belíssimo jardim. Aparecem, alinhadas, três estátuas. Dessas três visitamos duas:

1˚ Homenagem aos combatentes da 2˚Guerra Mundial


2˚ Homenagem a James Barry Munnik Hertzor (1924-1939) primeiro Ministro da África do Sul

Foto: Estátua de Barry Munnik Hertzor e ao fundo o Parlamento

De lá já podíamos ver: o Voortrekkers...

Voortrekkers

Grande? é um Monumento! Uma grande construção em Art Deco, erguido sobre uma montanha. Atenção; não confundir art deco alemã em pedra com a art deco francesa, do ferro e da natureza!


Ao contrário do que alguns podem pensar, Portugal esteve por aqui (África do Sul), mas nada fez além de pequenos comércios. Em 1652 os Holandeses enviaram colonos, para terem um porto de abastecimento para seus navios entre Europa e Oriente. Tempos depois este Porto (Cidade do Cabo/ CapeTow)que foi tomado Pelos Ingleses.


Estes colonos, descendentes de holandeses, franceses e alemães é que, descontentes, partiram para o leste a procura de novas terras, conhecido como "Big Trek" (grande migração) e tinham o objetivo de serem independentes de Capetown, por isso o nome "República Bôer". E foi na "Big Trek" que conheceram e entraram em conflito com o povo (ou reino?) Xhosa, os negros da África do Sul, que ao contrário dos Índios no Brasil, eram muito bem organizados em cidades e puderam combater ferozmente os invasores.

É deles, os Voortrekkers, a língua Afrikaans, uma mistura de Inglês, holandês e francês.
O lado externo do Monumento é cercado por um muro decorado por 64 "carros-de-bois" aqueles de filmes do velho oeste. O monumento possui uma "voz narrativa" da história da batalha de Blood River (Rio de Sangue) e foi esta a estrutura do acampamento; 64 carros-de-bois em forma circular que os Voortrekkers se protegiam dos ataques dos Xhosa.



Logo aos pés do monumento uma grande escultura de um mulher e um casal de filhos, representando os valores religiosos e a dura "doação" da mulher e filhos neste período.

Nos muros da escadaria e ao topo da porta de entrada, Búfalos, os animais mais temidos da África neste período, e que servem simbolicamente de "proteção" contra invasores.
Em cada um dos vértices do monumento, um lider: Piet Retief, Andries Pretorius, Hendrik Potgieter e um líder desconhecido são a "Guarda de Honra" e os alicerces do Monumento.

Subindo as escadas, nota-se a imponência do monumento, 40 metros de altura por 40 metros de diâmetro, em vários aspectos o monumento lembra o monumento alemão Völkerschlachtdenkmal (1890 a 1913) em Leipzig ,(mas esta é outra batalha...)


A entrada do monumento é pela Sala dos Heróis, um grande quadrado, Iluminado pelo sol que atravessa quatro grandes vitrais brancos de pedra. Ao centro um vão, onde se vê o Cenotáfio (do latim tardio cenotaphium, do grego κενοτάϕιον, composto de κενός " vazio" e ταϕός "tumba") nele o nome do líder Piet Retief e simbolicamente todos os Voortrekkers. No chão há um desenho em espiral. O movimento visual é da expansão contínua do povo e dos ideais dos primeiros Voortrekkers.


E o toque final, uma grande cúpula, com uma abertura para o lado externo do monumento, onde todos os anos, no dia 16 de Dezembro um grande número de descendentes se reúmem em peregrinação para ver um feixe de luz que se projeta desta abertura para o centro do cenotáfio, reforçando assim sua cultura, raça e descendência. É um momento para se lembrar e transmitir a seus filhos a história de seu povo e de suas batalhas.

Tradução da Placa de recepção, em frente ao Monumento.


O Monumento Voortrekker foi contruído entre 1937 e 1949, no estilo Art Deco. Os descendentes diretos dos líderes voortrekkers Piet Retief, Andries Pretorius e Hendrik Potgieter estão "registrados, esculpidos?" nos vértices do monumento em 16 de Dezembro de 1938. O Monumento foi Inaugurado pelo primeiro Ministro Dr. Df. Malan, e aproximadamente 250.000 pessoas em 16 de Dezembro de 1949 (data em que o feixe de luz aparece e aniversário da batalha do Blood River).

O Monumento é em comemoração aos pioneiros que participaram da migração entre 1835 e 1854, chamada "Great Trek - Grande Viagem". Durante este período aproximadamente 15.000 pioneiros viajaram para o norte, depois do "Orange River" (Rio Laranja em homenagem a Holanda, cor da holanda) e Drakensberg, indo para o interior da África do Sul. Eles Fundaram a República Boer (1852) e o Orange Free State (Estado Laranja Livre) em 1854 foram resultados diretos da "Great Trek".

Na próxima postagem vou escrever sobre o grande Painel de mármore, no Salão dos Heróis, dentro do Voortrekkers.

Segue um documentário sobre o monumento ( em Inglês com muitas imagens e informações. Vale a pena assistir para entender melhor)

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Eleições em Gana, Guiné e Guiné Bissau

Apesar de minhas férias na África do Sul, os 52 países do continente não param, chamo a atenção para a passagem de governo em três países da África Ocidental: Gana, Guiné e Guiné Bissau.

Em Gana, ex colônia holandesa, país da África Ocidental, teve eleições presidenciais. John Evans Atta Mills, candidato da oposição foi eleito por 50,13% contra 49.87% de Akufo-Addo, que aceitou a derrota e promoveu uma eleição sem maiores transtornos. Há relatos de insegurança no dia da eleição em algumas localidades, mas nada que leve a uma suspeita de fraude, muito menos de um golpe militar.

Em Guiné, ex col
ônia Francesa, África Ocidental, desde a morte do presidente Lansana Conte, (74 anos, no governo a 24), vive-se uma instabilidade política, devido ao golpe militar, ocorrido na primeira semana de Janeiro, liderado por Mussa Dadis Camaram, que tem o "carisma" de uma parte da população.

Camaram, após um período de falta de informações, onde ninguém sabia quem estava no poder, está agora a organizar um governo de transição, e ontem (8 de janeiro) nomeou um civil como Primeiro Ministro. Muitos estão vendo como o cumprimento da promessa de um governo mais claro e voltado ao povo.

No caso de Guiné a comunidade internacional se opôs radicalmente ao golpe, França, declarou que era contra e que não aceitaria o novo governo. A União Africana suspendeu Guiné do Bloco Continental, o que significa sanções, e faz pressão sobre os golpistas de reestabelecerem a ordem no país e seguirem a constituição que determina novas eleições em 2 meses. Camaram afirma que o país terá eleições em dois anos.

Em Guiné Bissau, ex col
ônia portuguesa, África Ocidental, houve eleições e passagem do governo no dia 8 de Janeiro. Particularmente, eu não acompanhei esta eleição, mas sei que houve um atentado ao presidente, com tiros e morte de seguranças, golpistas presos no país vizinho (Senegal) e a posse do partido de oposição, que recebeu duras criticas por "não estar preparado para assumir o governo".

Quanto as minhas férias, já voltarei a postar. Mas não se esqueçam de votar, faltam 7 dias!