sexta-feira, janeiro 16, 2009

Boer x Zuluz

Continuando o passeio dentro do Voortrekkers, talvez esta parte da história seja mais sobre o povo Zulu...
9 - Retief Informa as negociações com Dinganê


Este painel retrata o cotidiano do grupo Voortrekker já com o estado Boer formado: mulheres costurando, homens preparando o couro, a caça e interessante observar a presença de um negro trabalhando com eles (esquerda acima). Ao centro Um cavaleiro trazendo a boa noticia que Diganê (Rei Zulu) aceita se encotrar para negociar, terras em troca de gado. O grupo, Tlokwa de Sekonyela havia roubado o gado dos Zulus.

10 - Debora Retief Pinta o nome de seu pai em uma rocha


Outro local de encontro dos Voortrekkers é a rocha com o nome P. Pretief 12 de Novembro de 1837, aqui temos novamente o cotidiano pacato dos Voortrekkers, crianças brincando de boneca e de carro de boi, brinquedo feito com ossos de boi.

11 - Viagem para o Natal


Os Voortrekkers iniciam a travessia das montanhas Drakensberg em direção a Natal, uma viagem longa e difícil, cerca de 1.000 carros de bois começaram a travessia. A viagem foi muito dura, a descida das montanhas eram muito íngremes e com pedras, para esta travessia se retiravam as rodas traseiras dos carros e substituíam por troncos, que serviam de "breques" (veja detalhe)


12 - Dia da assinatura do acordo com os Zulus (4 de Fevereiro de 1838)


Lembra-se do painel 9? Então, no meio da viagem para Natal os Voortrekkers passam pelas terras dos Zulus a maior civilização da "África do Sul" para assinar um acordo onde trocariam gado por terras (14 de Fevereiro de 1838).

A esquerda o povo Zulu, todos ajoelhados em respeito a seu líder Dingane,"o Grande Elefante" sentado a mesa de negociação, a seu lado um Zulu fica com as mãos para recolher os "cuspe" é isso mesmo acredita? Segundo o que estudei ele tinha medo de ser enfeitiçado, ˜ão sei se isso era real ou apenas uma maneira de "satirizar o líder" mas em fim... A Direita o grupo dos Voortrekkers e Retief sentado a mesa de negociações.

Detalhes interessantes: Ao fundo se vê as construções típicas africanas, casas de palha circulares; a diferença entre os bancos de Dingane e Retief; a riqueza de detalhes dos dois líderes e o dedo indicando para o local de assinatura e o rei com uma pena assinando no local, será que ele sabia assinar um documento?

13 - O Golpe (6 de Fevereiro de 1838)


Após a assinatura Digane convida para que os Voortrekkers venham a Umgungundlovo para participarem de uma celebração. E no meio da celebração o povo Zulu ataca e mata todos os Voortrekkers.
70 homens e 30 negros que trabalhavam com eles foram mortos a pedras e tacapes em um local chamado até hoje de Vale da Morte, Retief foi o último a ser morto, antes teve que assistir a morte de todos, inclusive de deu filho.
Até então os homens liderados por Retief fizeram acordos e circularam as terras dos Xhosas, e Zulus, pois sabiam das guerras sangrentas por terras que marcavam estes povos, o que eles não esperavam era que os Zulus, muito parecidos com a cultura "espartana" mantinham uma cultura de guerreiros e de expansão territorial, não havendo negociação para isso, o chamado Mfeca­ne - (ver no final deste post!)

Nos detalhes: Ao fundo se vê desenho da "cidade" de Umgungundlovo em formas circulares e o único de pé, a assistir ao massacre é Retief.

14 - Ataque dos Zulus ao Laager em Bloukans (17 de Fevereiro de 1838)

Em 11 dias o exército Zulu, com cerca de 10.000 guerreiros parte de Umgungundlovo e chega a Bloukrans, onde encontra e mata cerca de 500 Voortrekkers que não esperavam pelo ataque. Deste ataque algumas sobreviventes viraram Heroínas e puderam contar suas histórias de terror: Johanna van der Merwe, foi apunhalada 21 vezes e Catharina Prinsloo, 23 vezes.

15 - O Aviso

Novamente a mulher é o foco do painel, Nete Heila e Fea Robertse e outras fogem do ataque e conseguem chegar a outro grupo Vorotreekker, liderado por Piet Uys, avisando do ataque.

16 - O Contra ataque (18 de Abril de 1838)


Piet Uys organiza um contra ataque aos Zulus, e parte fortemente armado "com carabinas", mas são emboscados e derrotados pelos guerreiros Zulus com seus grandes escudos e curtas zagaias, levavam a luta para o "corpo a corpo". O Grupo restante se reorganizou e passou a organizar a retirada dos restantes, saindo das terras Zulus. Nesta altura um novo problema abalava os Voortrekkers, seus lideres haviam caído em batalha e não havia uma pessoa forte para liderar o confronto.

17 - Herói de Guerra

Este pequeno painel, é em homenagem a Marthinus Oosthuizen, que bravamente, socorreu um laager cercado.
O laarge de Van Rensburg estava cercado e sem munição, a beira de ser destruído, quando Marthinus atravessa com seu cavalo os guerreiros Zulus levando polvora e balas para dentro do laarge, salvando da derrota certa.


Mfeca­ne foi o nome deste período onde a expansão Zulu levou a grandes migrações, fugas e consolidações de novos reinos
Alguns mas consequências desta expansão:

Moshoeshoe I do Lesotho conseguiu unificar os clãs da região montanhosa do actual território de KwaZulu-Natal, (ver mapa) construindo fortes nas montanhas e mantendo um complexo processo diplomático que permitiu a manutenção da sua autonomia face aos europeus e aos povos vizinhos, repelindo múltiplas agressões. Este processo levou à formação do atual reino do Lesotho.

Zwangendaba, um dos comandantes do exército Ndwandwe, retirou para norte com Soshangane. Continuando para além do território atual de Moçambique, fundou um Estado nguni na região entre o lago Malawi e o lago Tanganyika.

Sobhuza, um dos líderes Ngwane, por volta de 1820 conduziu o seu povo para as regiões montanhosas de maior altitude como forma de se proteger dos ataques dos Zulu. Após esta migração, os Ngwane passaram a ser conhecidos por Swazi, e Sobhuza fundou o reino Swazi naquilo que é hoje a região central da Suazilândia.

O general zulu Mzilikazi entrou em ruptura com Shaka e fundou o reino Ndebele no território que é hoje o Estado Livre de Orange e partes do Transvaal. Quando os bóeres do Grande Trek entraram naquela região em 1837, derrotas em diversas escaramuças convenceram Mzilikazi a mudar-se para o território a norte do rio Limpopo e a estabelecer um Estado Ndebele na região hoje conhecida por Matabeleland, no sul do atual Zimbabwe.

sites:
http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2008/11/chaka-os-zulus-e-os-beres.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Só queria dizer o quanto achei mesmo impressionante essa história... os paineis além de belos, têm uma frieza quase crua na forma de contar o que ocorreu... chamo a atnção para aquela imagem em que um zulu fica ao lado do líder com as mãos a postos para possíveis cuspidas... realmente parece satirizar as crenças deles... mas enfim... os brancos são mesmo "pouco toletrantes" com a crença alheia...

Te lembro que no ano passado fiz um semestre na História de História antiga africana... e uma das primeiras coisas a serem esclarecidas no curso era o quanto se despresava o fato de não só haverem diversas etnias e religiões no Continente Africano, mas como ainda haviam diversas organizações políticas além da escrita e educação formal (ou seja, haviam escolas) o fato dessas instituições nao terem as mesmas características das dos povos brancos fez com que fossem simplismente despresadas na história e por isso se diz (muito vulgarmente) que eles estavam na Idade da Pedra... tolice nossa...

bjs Nat