quarta-feira, março 11, 2009

A espera no Sudão e Zimbábwe, será que vai sobrar algo?

Ontem tive uma conversa muito interessante com um amigo zimbábweano. Contente comecei a contar-lhe sobre o Tribunal Penal Internacional (TPI), sobre sua atuação e sua decisão no caso de Darfur, o presidente do Sudão agora tem uma ordem de prisão, isso é um aviso para todos na África, existe lei e cedo ou tarde ela será feita.

Achei realmente que ele ficaria feliz com a história e com o que eu contava, mas levei um "banho de água fria" quando ele começou a me fazer algumas perguntas.

- Mas então não prenderam ele?
- O que mudou para aquelas pessoas?


Assim ele começou a falar sua visão sobre tudo isso.

Se um presidente é assassino, se todos vêm que ele está a matar de fome, sede, doença ou por armas seu povo ou outros, por que esperar? Esperam o que? Que hoje ele mate mais pessoas?

Depois do pedido de prisão, quantas pessoas morreram pois ele continua solto? Quantos estupros? E quantos mais iram ocorrer até isso parar?


Prefiro o presidente Bush pois ele agiu, não ficou a esperar, esperar o que, todos já sabemos o que vai acontecer em Darfur, assim como está acontecendo no Zimbábwe...

Para nós (e eu me incluo nesta lista) a espera é fácil, estou em minha casa, assistindo tv, usando internet e comendo bem, mas para um zimbábweano ou um sudanês, na maioria das vezes é uma espera de fome, fuga, doenças, estupros. Eles não podem esperar, não existe "esperar", existe apenas sobreviver...

Claro que toda ação internacional não é assim simples, não se extingue uma chacina simplesmente se prendendo uma pessoa, e sim, continuo convicto que o Tribunal é um instrumento sério e transformador, mas depois desta conversa concordo que esta lentidão, a espera burocrática e diplomática, não é aceitável.

Nós contamos este tempo em dias, para quem está lá, cada segundo é contado com dor e muito desespero.

Mais referências:

Uma excelente matéria produzida ano passado no Zimbábwe, mostrando como é a vida nas cidades e no campo, como as crianças órfãns sobrevivem e como alguns lidam com a SIDA.


Material produzido em 2008 pelo journeymanpictures mostrando a realidade da vida e do cotidiano em campos de refugiados, ao ver estes vídeos me pergunto: quantas destas pessoas estão ainda vivas?

Vídeo sobre os refugiados de Darfur em Chad, vista do presidente Barack Obama, na época, senado dos EUA.

Outro vídeo, o melhor em minha opinião, também do
journeymanpictures relata o trabalho da UNAMID, os boinas azuis, exército da ONU no Sudão, masi específico em Darfur. Entrevistas, relatos e imagens do trabalho e da atuação do exéricito deixa claro o quão difícil é o trabalho e quanto se tem por fazer. Infelizmente não está liberado para ser posto no blog, mas ai vai o link http://www.youtube.com/watch?v=TfUHHEiOKeI

4 comentários:

Christian Bwaya disse...

It has been great to read your blog.

Puto em Maputo disse...

teste

Anônimo disse...

Gabs muita saudade de você! Seu blog está cada vez melhor e você realmente está aproveitando essa viagem para aprender sobre as desigualdades e violências desse mundo. Dê um sinal de vida que desde o seu aniversário não consigo falar com vc (acho q foi até antes), não está mais entrando no msn?? Beijos (Luciana amiga da thá, sei q tem váaarias rsrs)

sonia disse...

Olá gabriel ,bela feijoada,hummmmmmmmmmm e quanto a esse assunto,na folha andaram descendo o peu no Lula e a posição dele de ficar no muro,deixo sair pra comerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr abraço sonia